quinta-feira, 31 de março de 2011

Setembro e as Flores Inusitadas

Em "Boa Nova, Uma Utopia", Setembro traz inusitadas flores, poesias outras - e, assim, todos nos tornamos Filhos da Poesia, e ser “Filho da Poesia” é propagar a “Boa Nova”, para que  “ELA” ande por todos os “campos” sempre, e não apenas em “Setembro”. É em “Setembro” que os “Boanovenses” mais fazem uso do “Riso-Inteligente”.  “Setembro” é o tempo de ser feliz, e que bom se todos tornássemos capazes de fazer de "qualquer dia" um "Irreversível Setembro" - Corpo e Mente!

Você, por mais que tente,  não encontrará “Boa Nova, Uma Utopia” em versos rigorosamente construídos, estáticos; porque ELA é pura CONCRETUDE, DINÂMICA – é “Riacho da Jaíba” em Cristalinas Águas que lavam nossas eventuais culpas. “BOA NOVA, UMA UTOPIA” é Poesia que corre pelo mundo, em Perenes Setembros!

“BOA NOVA, UMA UTOPIA” não será jamais escrava de uma versificação castradora. Ela prefere, num definitivo Setembro, viajar livre nas assas do vento - para que as Senhoras da Boa Nova, de Fátima, das Dores, do Perpétuo Socorro, de Lourdes sejam sempre, todas elas, Férteis Meninas Pastorinhas - Capazes de Trazerem no Ventre a Boa Nova Salvadora - assim, quaisquer "Boanovenses" serão sempre "Filhos da Santa", porque "Ser Filho da Outra" não é mais uma condição louvável para ninguém!

Ave Maria! Salve Santa Bárbara! Traga o Vinho e o Pão-da-Alegria! Hoje é dia de Santa Ceia: Doze Homens e um Segredo Revelado!


Setembro é tempo de Mesas Fartas! Salve Jorge! Jogue seus males em Cristalinas Doces Águas Correntes - elas, as Águas Doces, generosas que são, transformam quaisquer males em Virtudes Salvadoras, para que as Vidas Sejam Intermináveis Primaveras, quando Setembro é a “Eternidade do Instante Eficiente”.

Viva São Cosme e São Damião! Setembro é tempo de "batuque" no Terreiro de Pai João! Salve Dona Ivone Lara! Alegria, Alegria! Salve Caetano Veloso! Salve Dona Maria Ô!



É lá em “BOA NOVA, UMA UTOPIA” que 
Dona Flor prepara um xarope de urucum com raiz de carro-santo - um xarope capaz de curar qualquer tipo de tosse! Uns dizem que cura até tuberculose! Em “BOA NOVA, UMA UTOPIA”, outro santo remédio, também mui eficiente (esse, contra o tédio) é a Boate de Tuíta, cuja pista ferve nas boanovenses noites de sábado: A Eternidade do Instante Eficiente!


No animadíssimo “Caruru de Vadinho”, o coro come e o “Santo” desce, deixando que o Samba vare a madrugada - indo até o raiar do sol!

      Boanovenses: Somos Todos Cheios de Som e Fúria, e é o Salão Paroquial o palco onde se solta "o grito preso na garganta". É Boa Nova – Em Verso e Prosa! É Samba-de-roda – É Seu Honorato em suas “cantorias de coco” – É Ciranda – É Rock com Pagode! É Forró com Maracatu! É Axé com Merengue! É Maria! É José! É Nenê de Mariquinha que, autodidata, aprendeu sozinha a ler, escrever e a fazer "qualquer tipo de conta”, tornando-se professora de muitos, revelando-lhes os Mistérios da Matemática! 

Nenê de Mariquinha: Para seus alunos, Tia Nenê...


Em “Sonhos de Uma Noite de Verão” – meninos e meninas correm de mãos dadas e pés descalços pelas ruas de uma Boa Nova plácida e bucólica, porque em Boa Nova, Uma Utopia – a INFÂNCIA jamais será desinventada, e a vida sempre será essa coisa telúrica: Um Forte Cheiro de Terra – Um Anúncio de que a Vida Se Renova Sempre!

Nos anos 60, 70, em BOA NOVA - UMA UTPIA: Tia Gesse, em sua sabedoria natural e sua vasta biblioteca que ocupava uma sala inteira!
 Tia Gesse era sim o nosso "Google Boanovense”, e com a vantagem de que Tia Gesse nunca se equivocava! Muitos de nós boanovenses devemos boa parte da nossa formação cultural a Tia Gesse, querida Tia Gesse que tudo sabia e a todos respondia democraticamente!


Um Brinde à Eternidade do Instante Eficiente!



BOA NOVA, UMA UTOPIA também é DÃO, e Dão é Grão: Semente de Força! Uma Boa Nova Masculina, Mulher Macho, Sim Senhor – e daí?!


      Batizaram-na Maria da Conceição, mas ela sempre soube que nascera para ser DÃO!


      ELA jamais buscou pertencimento, nunca participou de passeatas, não levantou "bandeiras", porque não precisava da aprovação de senhor ninguém! Valente que era, expulsava com "braço-forte" quaisquer "pedras" que ousassem permanecer no "meio do caminho". 

      Não buscava "pertencimento" - já pertencia a si mesma: Era Dona de Si!

      As pedras quando a viam, fugiam amedrontadas, humilhadas, pois sabiam que força  moral e psíquica pertencem àqueles que já desvendaram seus próprios mistérios!

      DÃO, dentre tantas outras coisas, é, em sua essência, a “Rústica Flor”, com a qual se expulsam para bem longe quaisquer medos, ameaças, monstros, pedras...

      ELA, não-enquadrável em quaisquer estereótipos, não buscava "pertencimento", pois já pertencia a si mesma com toda a força, com todos os músculos!

 Sem culpa alguma, a masculinidade da  Flor: Rústica Flor, Bruta Flor!

Paulo Neuman
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